quarta-feira, 3 de julho de 2013

Avisa lá...

Ô moço, pode avisar que eu consigo viver com menos...
E pode mais: pode dizer que desde sempre eu vivo com menos...
Pode dizer que eu só quero menos de tudo isso que estão me oferecendo..
É gente com intenção ruim tentando causar o fim do meu equilíbrio mental,
tentativa banal de tentar mudar uma cria da natureza que está
acostumada com a proeza natural, com a felicidade em excesso,
e com a vida em progresso...
Moço, avisa pra essa gente que eu tô bem assim, e que se quiser saber de mim,
tô por aí...
No mar, na sombra de uma árvore, ou caminhando nesse sol, que é o mais natural farol
que serve pra guiar os bons corações aos caminhos de luz...
Avisa que eu tô me ocupando com arte, com vida, com flores... Com música e com amores.
Moço, só mais um pedido agora...
Avisa pra esse povo que essa mesma luz que me conduz, aceita mais irmãos,
que aqui estamos com as mãos dadas para nunca mais soltar, e o que já era de se esperar, avisa pra essa gente parar de tentar me atrasar, tentar diminuir a minha paz, pois do que essa gente tem de menos,
eu tenho demais!
Avisa que pela paz, por essas almas eu irei rezar, e os Deuses irão purificar,
e que cada pensamento negativo só fortalece os sonhos do lado de cá!

...

Nessa imensidão de vida, reagindo,
as vezes rastejando, correndo contra o vento,
meu olhar é meu documento, e pra quem é filho da vida,
o tempo não existe, sou dos filhos que persistem,
bicho dessa selva urbanizada...
Se o tempo não existe pra mim, em que vivo agora?
Em que sobrevivo? Em que sentido?
Sentido vida! Pra lá!
Não tenho pressa e ignoro o que me estressa,
ando com pés descalços e não tenho lei,
menina flor igual bicho solto na natureza,
tudo que sei é que tudo e nada sei,
eu não nasci pra conversar com rei.

Detalhes, parte de um todo, vida imensa carregada
com todo o seu gosto...
O amanhã já pode vir sem medo, tem que não goste
de surpresas, mas eu já nasci preparada...
Quem é filho da vida, o teto é o céu!

Por aí...

Almas vazias, copos cheios,
cada qual com sua história, com seu fardo,
sua dor, sua alegria... Cada qual com sua sabedoria,
tentando preencher de nada o vazio profundo da alma...
Tentando esquentar a noite com o subconsciente
transtornado, meras observações dessa noite hostil,
tô parada, sentada no banco do bar, só vim tomar uma água
pra continuar a caminhar... Mas não tem como não observar!
Olha só aquele casal, discutindo sobre a vida social, cadê os
princípios de paz? Desconhecem cada vez mais...
Olha aquele homem sozinho, coitado, posso sentir sua alma
pesada...
Cheia de um vasto nada! E sei também (por sentir) que essa noite
vai ser só mais uma noite na vida deste homem...
Que eu não sei quem é, mas que qualquer um que puder ver,
vai sentir o que estou dizendo...
Olha o garçom, cansado, mau humorado, estressado...
Aparenta claramente não gostar do que faz...
Posso me recordar do que dizia minha vó: trabalho ruim,
é melhor que trabalho nenhum!
Olha só essas pessoas... Olha só pra mim.
Viajando no desconhecido...
Viajando onde nem sei quem sou,
onde nem sei que estou...
Ah, sim, estou em Arraial ainda...
Agora posso ver quanto tempo fiquei aqui sem saber
o que eu realmente estava buscando...
Talvez rostos desconhecidos e histórias diferentes,
para dar vida à minha imaginação um tanto quanto louca nesse cotidiado conturbado...
Sem precisar perguntar sobre a vida dessas pessoas, eu pude sentir.
Mas pode ser que tudo seja diferente, e talvez seja.
Minha imaginação foi além desses rostos estranhos...
Mas agora vou embora, já passou da hora...
Minha mente entorpecida de alívio,
mas ainda não cansei de andar...
Sigo em frente... Minha água acabou.