sexta-feira, 19 de outubro de 2012

11/08/2012, 21h51min






Perdida, na contramão
da solidão, lá vou eu..
Pés descalços, sapatos
nas mãos, maquiagem borrada..
Lá vou eu.
De encontro ao medo,
lá vou eu,
tentando superar todas as mágoas,
cicatrizar todas as feridas,
e recomeçar.
Primeiro entorpeço-me de calma,
após uma turbulência sentimental...
Mas encontro-me perdida em sonhos,
onde nada do que se imagina é real.
Se real fosse, seria da vida acostumar?
Acostumar com as despedidas,
com os desencontros, e com os reencontros.
Mas as vezes me encontro assim,
por acaso, ao acaso, num descaso..
O orgulho dilacerado,
o coração estraçalhado,
e a vida nem se fala...
E a vida nem se diz.
Calada, continua seguido.
Até onde ela quiser.
Quem sou eu na vida?
Sou os pés, as mãos e os olhos.
Os pés que caminham firme,
sem medo.
As mãos que alcançam o que parece
ser impossível..
E os olhos de quem enxerga o amor.
Só o amor.
"Tive que aprender a engolir o choro e abrir um sorriso, mesmo que falso, mesmo que vazio... Mesmo que minha vontade fosse de arrancar meu coração e jogá-lo no lixo. Demorou, mas descobri que
minha tristeza entristece muita gente."

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Compasso torto

"Quisera eu, nesse torto compasso,
poder chegar lá, neste passo...
Quisera... Quisera poder tudo.
Mas poder tudo é não se aventurar...
Prefiro poder quase tudo, ou nem a metade...
Prefiro ainda imaginar que existe algo além
do mar, de onde o sol toca, de onde vejo uma linha...
A linha do horizonte distante, talvez,
quisera eu saber, sei lá,
a vida anda muito devagar,
a vida que desata os nós...
E nós, a sós, com a tv ligada,
a sala parece uma sauna,
e o amor dá uma desenfreada..
É, de olhos fechados eu pude ver
chegar, mas não estranhe não, amor,
tenho olhos no coração também,
e quisera eu nesse compasso torto,
almejar um barco além,
de onde estou, do que sou,
de velejar, mundo à fora,
com você...
Comigo. Conosco.
E pode velejar torto, eu não me importo,
mas vamos fazer do nosso amor um amuleto,
e guardar dentro de nós: corpos onde o compasso é torto,
balança, cai, mas não derruba o amor,
não congela os sonhos e só faz viver,
cada dia mais, como se fosse morrer,
mas eu prometo, amor, não vou deixar
nosso barco desaguar."

Cedo

"Corre de encontro ao tempo,
eu vi nascer, mais uma vez,
o que há muito tempo se fez sol,
lua, amor, luz,
o que a muito tempo parecia
conduzir os olhos além,
além do imaginável...
Mas alguém bateu a porta do destino.
Alguém que já era de casa,
e não precisava pedir licença para entrar.
Chegou alguém, correu contra o tempo,
não foi só um contratempo,
mas eu fui caminhar...
Buscar resposta no sol,
que aquece a alma e conduz
aos caminhos de luz,
onde a serenidade é eterna...
E quando o sol se pôr
eu sei que terei um lindo luar,
e ao meu lado, o passado presente,
do futuro que está por vir,
enlaçando-me em um abraço,
que pude sentir como se fosse no primeiro:
a gente nunca sabe quando o amor é passageiro."

sábado, 13 de outubro de 2012

"Encanto teu,
suave encanto teu...
Vagando pelos meus olhos,
pintando meu sorriso,
como se fosse o sol...
Encanto teu,
de longe eu vi,
era só teu,
e se teu não fosse,
não haveria de pertecer
a ninguém mais;
eu pensei em tanto faz,
em ser um encanto qualquer,
mas era encanto teu,
encanto de Romeu,
não era encanto meu,
de Julieta apaixonada,
que tropeçava na escada,
ao correr depressa
para vê-lo da sacada.
Romeu,
com esse encanto teu,
meu sorriso não é só meu,
tem um pouco aqui que é teu,
um pouco muito, ou um pouco de muito.
Tem um pouco aqui,
que não dá para medir,
não dá para descrever,
quase não dá para comparar...
Tem um pouco de amor aqui,
Romeu...
E só para tentar comparar,
ele é tão grande e tão forte
quanto as ondas do mar."

Frio.

Feliz de mim seria,
saber usar palavras certas,
para o diálogo com a solidão...
Vem cá, preparei nosso café da tarde,
preparei nossa prosa, nosso canto,
preparei nosso amor, feliz.
Não preparei meu coração para lhe receber,
mas sabia que a qualquer hora tu chegaria...
Eu não estava a tua espera.
Eu não te queria aqui.
Me desculpa, solidão.
Mas eu tenho um amor.
E eu ainda tenho muito amor.
Solidão é o que resta quando
o amor se vai?
Não! O amor está aqui.
Não está fisicamente,
mas penso nele com a mesma
frequência em que respiro,
em que pisco meus olhos...
Está aqui, do meu lado.
E o meu lado é o lado de dentro.
O meu lado é o lado do coração.
Ah, vamos lá, se quiser ficar,
sente-se, mas depois vá embora...
Não faça moradia em mim, nesse
corpo tão cansado,cabeça tão confusa,
coração disparado...
Agora vá embora...
Vá com calma, vá sem pressa,
é chegada a tua hora...
Quando vier, será bem recebida,
mas não para morada,
só para visita...